18 de novembro de 2011

Medo e repressão na Univ. Fed. de Rondônia: os últimos acontecimentos

Caríssimos,

Quando achamos que a falta de bom senso e a impunidade chegaram a seu ápice, somos surpreendidos por mais descalabros.
Há pouco mais de 15 dias enviei a algumas pessoas um email (reproduzido abaixo) rogando por apoio e buscando dar visibilidade a crise que se instaurou na Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Supus, ingenuamente, que aos poucos o Governo brasileiro e as instituições responsáveis (Polícia Federal, Ministério Público, Ministério da Educação, etc.) fossem, de alguma forma, se sensibilizar pelo que tem ocorrido em terras rondonienses. Ledo engano.

16 de novembro de 2011

Hermano Vianna - Peter Fry



Seu olhar de quem não nasceu aqui muitas vezes é o mais brasileiro de todos.

Peter Fry fez 70 anos na semana passada. O Brasil tem tido o privilégio de conviver com esse antropólogo de origem britânica desde 1970, quando ele aportou em Santos para ser professor na Unicamp. Um de seus livros ganhou o título “Para inglês ver”. Tomara que continue nos vendo, nos ensinando a ver e aprendendo conosco a ver por um bom tempo. 
Seu olhar de quem não nasceu aqui muitas vezes é o mais brasileiro de todos e nos força a cultivar, contra sonhos poderosos de identidade certinha e estável, tudo aquilo que nos torna diferentes, originais e imprevisíveis. 

Democracia aplicada ao gênero e à sexualidade

No artigo “Paradoxos e convergências em torno da igualdade:decisões dos tribunais superiores brasileiros sobre união estável e casamento civil LGBT”, apresentado no 35º Encontro Anual da ANPOCS, a pesquisadora Rosa Oliveira comenta as decisões do STF e STJ sobre união estável e casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Texto disponível no site do Centro latino-americano em sexualidade e direitos humanos.

8 de novembro de 2011

Mesa Direitos humanos, sujeitos e reconhecimento: novas moralidades em debate coordenado por Laura Moutinho na ANPOCS

Fazendo ciências sociais no Brasil


por Yvonne Maggie - no seu blog pessoal "A vida como ela parece ser"

A Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais (Anpocs), criada em 1977, congrega centros de pesquisa e pós-graduação em antropologia, ciência política e sociologia para discutir questões relevantes da agenda política e científica do País e do mundo. Anualmente, desde sua criação, promove encontros com extensa programação de palestras, mesas redondas, grupos de trabalho, simpósios, fóruns e cursos. Esses congressos reúnem grande fatia dos cientistas sociais brasileiros e alguns estrangeiros.

Os primeiros encontros, realizados em Águas de São Pedro, ainda em plena ditadura, eram frequentados por poucos cientistas. Com o passar dos anos a Anpocs tornou-se um dos mais importantes centros de discussão de temas relacionados à vida cotidiana de diversos grupos sociais, à política, às relações internacionais e à pesquisa pura.

Há anos nossos encontros se realizam nos hotéis de Caxambu, que hospedavam famílias em férias para banhos e curas nas águas sulfurosas da cidade. Anualmente os hotéis da cidade abrem suas portas para um crescente número de cientistas sociais, pós-graduandos e graduandos do Brasil e de outros países para debaterem temas variados.

O 35º Congresso, realizado em outubro de 2011 e secretariado pela antropóloga Maria Filomena Gregori, foi um encontro dos mais bem-sucedidos, não só pela organização de sempre, mas pela forma com que propiciou as relações de convívio e debate entre as pessoas ali reunidas. O clima de descontração fez do encontro um dos mais aprazíveis a que estive presente, e possibilitou o sucesso das discussões sobre temas essenciais para a vida no mundo contemporâneo.

Assisti a uma belíssima e emocionante mesa redonda organizada pela antropóloga Laura Moutinho, professora do departamento de antropologia da Universidade de São Paulo (USP) e minha ex-aluna de graduação e mestrado. Há uns meses Laura me disse que iria organizar na Anpocs uma mesa intitulada – Direitos humanos, sujeitos e reconhecimento: novas moralidades em debate –, composta por um homem trans, uma ex-prostituta e organizadora do movimento das prostitutas no Brasil e uma antropóloga feminista. Assustada, expressei um leve ai. Laura timidamente exclamou: “Não se preocupe!!!”. Mesmo não sendo este o tema e objeto de minhas pesquisas, fiz questão de comparecer ao evento. Confesso que foi uma das experiências mais verdadeiramente antropológicas que presenciei em anos de congressos e reuniões desse tipo.

A fala dos oradores deixou a plateia emocionada. Não porque lá estivessem nativos esdrúxulos expondo e expondo-se como vítimas a cientistas – numa espécie de “antropologia de varanda” feita antes de Bronislaw Malinowski, um dos heróis fundadores da antropologia, ter criado o método da observação participante –, mas porque possibilitaram o que a boa antropologia ensina: conhecer o sistema de pensar, sentir e agir dos diversos grupos humanos buscando o que os universaliza.

A mesa, coordenada por Laura Moutinho, era composto de dois expositores: um homem trans (categoria que na “sopa de letrinhas” do movimento LGBT significa uma moça que passou por cirurgias para se transformar em homem, biológica e subjetivamente) e uma ex-prostituta, líder do movimento de enorme sucesso criador da grife Daspu. A debatedora, Guita Debert, uma antropóloga, professora titular da Unicamp e feminista.

Guilherme Silva de Almeida – doutor em Saúde Coletiva, professor da Uerj e coordenador do Laboratório Integrado da Diversidade Sexual, Políticas e Direitos (Lidis/Uerj) – se autodefine como homem trans. É um rapaz viril, mas ao mesmo tempo, sedutor e gentil, e partiu da sua experiência e da história de outras pessoas que passaram pelo mesmo processo, para esboçar o quadro teórico ou os princípios gerais a seu ver fundamentais para explicar essa vivência, em um tom otimista e muito carinhoso para os que o ouviam. Gabriela Leite, a ex-prostituta, discursou do ponto de vista do movimento das prostitutas em oposição a alguns setores do movimento feminista que tendem a vê-las como vítimas a serem resgatadas e, fez mais, levou-nos a pensar sobre o quadro teórico mais amplo em que está inserida sua luta. Guilherme situou o processo experimentado por ele e muitas outras pessoas como uma transformação para poder vivenciar a normalidade e não a abjeção ou o sentimento de inversão e achincalhe. Uma busca de viver sua individualidade plena, sem estar “montado no estribo da biologia”, como definiu.

Tudo o que foi dito naquela mesa me pareceu uma verdade incontestável e Guilherme me fez pensar sobre a antropologia clássica e de que modo o estudo das novas maneiras de fazer-se indivíduo pode ser frutífero para repensar o lugar do pesquisador na contemporaneidade. Neste mundo tão cheio de antropólogos que, ao contrário de Guilherme, propõem engenharias sociais e pensam muito pouco nos objetos dessas políticas, a mesa organizada por Laura Moutinho me devolveu a esperança. Esta proposta conduz a um mergulho nos sentimentos e na vivência das pessoas pesquisadas.

4 de novembro de 2011

Menção honrosa para Isadora Lins França

É com imensa satisfação que o Numas registra a menção honrosa para Isadora Lins França, no 35 Encontro da ANPOCS, por sua tese de doutoramento Consumindo lugares, consumindo nos lugares: homossexualidade, consumo e subjetividades na cidade de São Paulo, orientada por Júlio Assis Simões. Atualmente, Isadora é pós-doutoranda do Núcleo de Estudos de Gênero Pagu/ Unicamp.

2 de novembro de 2011

Comunicado dos três estudantes da Geografia envolvidos com a PM na quinta-feira passada.


"Diante da repercussão que se seguiu após os fatos da quinta feira (27/10), viemos nos pronunciar para esclarecer parte do que ocorreu naquele dia. Primeiramente devemos deixar claro que, com a ajuda e orientação dos advogados, optamos por assinar o termo circunstanciado da PM para evitar novas complicações, vale ressaltar que, uma vez que já existia um B.O em nossos nomes de nada adiantava recusar assinar o termo, sendo que tal atitude só poderia acarretar em mais processos. Desta forma, o boato de que o DCE e a diretora da FFLCH teriam nos entregado para a PM, assim como outros estudantes que ajudaram a formar o cordão de isolamento, é falsa. Também é necessário dizer que não fomos conduzidos até o carro da polícia e que a nossa ida até a delegacia foi realizada através de carona oferecida por professores da FFLCH. Sem mais, agradecemos a ajuda e apoio daqueles que procuraram garantir a nossa autonomia para decidir o que fazer diante da situação em que nos encontrávamos, e parabenizamos o esforço que tem se criado nesses dias para se discutir questões muito mais importantes do que esta, como a própria legalização da maconha, a presença da PM na USP e a falta de segurança no campus."


(Essa nota foi veiculada pelos Centro Acadêmicos de Geografia (CEGE) e Ciências Sociais (CEUPES)

31 de outubro de 2011

ENCONTRO COM ERIC FASSIN

(Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales e Ecole

Normale Supérieur / Paris)


Tema: Sexual Democracy and the Racialization of National Identities in Today's Europe

(exposição em inglês)

Dia e horário: 03 de Novembro, às 17h

Local: Prédio de Filosofia e Ciências Sociais – Sala 14 (andar térreo). USP –

Cidade Universitária

29 de outubro de 2011

ENTREVISTA DO PROF. PETER FRY NO PROJETO CIENTISTAS SOCIAIS DE PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA: HISTÓRIAS DE VIDA - FGV

Peter Henry Fry nasceu na cidade de Leeds, na Inglaterra, em 1941. Graduou-se em antropologia social na University of Cambridge em 1963. Sua tese de doutorado, fruto de uma pesquisa de campo na África, foi defendida em 1969 na University of London. Peter Fry veio ao Brasil em 1970, participando do processo de consolidação da pós-graduação em ciências sociais da Universidade Estadual de Campinas, onde lecionou até 1983. Foi professor visitante do programa de pós-graduação em antropologia social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro de 1983 a 1985, permanecendo na cidade de 1985 a 1988 como assessor de programas e representante da Fundação Ford no Brasil. Em 1989 Peter Fry vai para Harare, em Zimbábue, como representante adjunto da Fundação Ford. Em 1993, retorna ao Rio de Janeiro para lecionar no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde permaneceu até sua aposentadoria como professor titular.

16 de outubro de 2011

Numas em Outubro


Prezadas/os colegas,

Neste dia 20 de outubro (quinta-feira) teremos mais uma de nossas reuniões de pesquisas do NUMAS - Núcleo de Estudos sobre Marcadores Sociais da Diferença do Depto. de Antropologia/USP.


NUMAS em Outubro.

Exposições das pesquisas:


Iolanda Barros de Oliveira - “Educação, relações raciais e nação: reflexões a partir de algumas premissas presentes em documentos legais e institucionais no campo da educação básica brasileira"
(Mestranda do PPGAS/USP e orientanda da Profa. Dra. Laura Moutinho)

Michele Escoura - "Como em um passe de mágica: as Princesas Disney e o para além delas entre crianças"
(Mestranda do PPGAS/USP e orientanda da Profa. Dra. Heloisa Buarque de Almeida)


Debatedores:
Dr. José Miguel Nieto Olivar (PAGU/ PPGAS - UNICAMP)
Prof. Dr. Vagner Gonçalves da Silva (NUMAS/ PPGAS - USP)


Data: 20 de outubro de 2011
Horário: 09hs
Local: Sala 117 - prédio de Ciências Sociais, USP

Caso não receba os textos, solicite-os pelo e-mail reunioesnumas@gmail.com


A reunião é aberta ao público e estão todas/os convidadas/os!


Atenciosamente,

Bruno Cesar Barbosa
Gustavo Saggese
Marisol Marini
Michele Escoura

19 de setembro de 2011

Numas em Eventos: Penser les métissages; pratiques, acteurs, concepts

Veuillez trouvez ci-joint le programme du colloque Penser les métissages : pratiques, acteurs, concepts qui aura lieu à l'Université Paris 13-Nord (campus Villetaneuse) entre le 21 et 23 septembre 2011.


Suite à la programmation du colloque, nous vous invitons également à la conférence :


D. Pedro II et la création d'une monarchie dans les tropiques

par Lilia Moritz SCHWARCZ (USP)


Conférence de rentrée du Master d’histoire ouverte au public

Samedi 24 septembre 10h.-12h.,

Université Paris 13-Nord, l’UFR L.S.H.S., salle C 204



Lilia Moritz Schwarcz est Professeur d’Anthropologie à l’Université de São Paulo. Ses principaux domaines de recherches sont l’histoire de l’esclavage et des théories raciales, l’histoire de la monarchie brésilienne, l’histoire de l’art et l’histoire de l’anthropologie au Brésil. Elle a publié plusieurs livres, dont deux traduits en anglais: Spectacle of Races: Scientists, Institutions and Racial Theories in Brazil at the End of the XIXth Century (Farrar Strauss and Giroux, 1999) et The Emperors beard: D. Pedro II a tropical king, (Farrar Strauss and Giroux, 2004). Elle a été conseiller scientifique des expositions: The great travel of the king’s Library (2006), et Nicolas-Antoine Taunay: a French translation of the tropics (2008). Elle a récemmennt publié : O Sol do Brasil: Nicolas-Antoine Taunay e as deventuras dos artistas franceses na corte de D. João (Companhia das Letras, 2008).

Lilia Moritz Schwarcz a été pensionnaire de la Guggenheim Foundation (2006/ 2007) et de la John Carter Brown Library (2007); visiting professor à Oxford et à l’Université de Leyde et Tinker Professor à la Columbia University (2008) et depuis 2011 est Global Professor à Princeton. Elle est également depuis 2006 membre de l’ Advisor Group for the Harvard Brazilian Office. Elle est éditrice et coordinatrice de la collection de non-fiction à la Companhia das Letras, São Paulo.


Informations sur l'accès à l'Université Paris 13-Nord (Campus de Villetaneuse) : http://www.univ-paris13.fr/acces-aux-campus.html

Chamada para trabalhos - Queering Paradigms IV

Chamada para trabalhos – Queering Paradigms IV

Caráter do congresso e das contribuições:

Após o sucesso de três congressos internacionais e interdisciplinares Queering Paradigms, realizados em três continentes, o Programa Interdisciplinar de Pós-graduação em Linguística Aplicada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Programa de Pós-graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e a Associação de Linguística Aplicada do Brasil (ALAB) têm a honra de sediar o quarto congresso, Queering Paradigms IV, a ser realizado do dia 25 ao dia 28 de julho de 2012. Nossos/as conferencistas serão Annamarie Jagose (Universidade de Sydney, Austrália), José Quiroga (Universidade de Emory, EUA), Alípio Sousa Filho (UFRN, Brasil), Jack Halberstam (Universidade do Sul de Califórnia, EUA), Luiz Paulo da Moita Lopes (UFRJ, Brasil) e Jô Gondar (UNIRIO, Brasil).

Assim como nos congressos anteriores, usamos o termo ‘queer’ para nos referir a um domínio indefinido e sem fronteiras de gêneros, sexualidades e práticas corporais não-normativas que inclui uma filiação a abordagens analíticas críticas, considerando também que o termo não ressoa globalmente com os mesmos sentidos a ele atribuídos em contextos anglo-americanos. Portanto, para os propósitos do congresso, ‘queering’ implica questionar, contrastar, desafiar e destabilizar a heteronormatividade, não se restringindo a ela: o alcance da sua análise inclui a homonormatividade, normatividade de classe, religião, raça, e a normatividade científica e/ou disciplinar.

O objetivo do congresso é, portanto, analisar o status quo e os desafios para o futuro dos Estudos Queer e dos Estudos LGBTIQ a partir de uma perspectiva ampla e inter/multidisciplinar, com vistas a problematizar/desestabilizar (i.e. queer) discursos essencializados e paradigmas totalizantes. Para discutir pesquisas sobre práticas sociais queer e LGBTIQ, nossa intenção é de colocar em diálogo pesquisadores/as de vários países e de diversas áreas de investigação, incluindo, mas não se limitando a, antropologia, sociologia, estudos da linguagem, teologia, ciência política, direito, medicina social, filosofia, geografia e psicologia social.


Mais informações: http://www.alab.org.br/eventos/queering-paradigms-iv


17 de setembro de 2011

Numas Recomenda: Site

Foi lançado pela UFBA um site (http://www.negronaimprensa.ceao.ufba.br/)
com mais de 1.400 matérias de jornais baianos do início do século XX. A intenção é disponibilizar mais um recurso para a pesquisa, pois muitos desses jornais estão em péssima condição de uso.

Numas Recomenda: Seminário

I SEMINÁRIO INTERNACIONAL GÊNERO, SEXUALIDADE E MÍDIA:
OLHARES PLURAIS PARA O COTIDIANO

06 E 07 DE OUTUBRO DE 2011
UNESP - BAURU


Na última década assistimos a um perceptível aumento de estudos na área de gênero e sexualidade no Brasil. Pesquisas realizadas em várias disciplinas têm apresentado temas e objetos diversificados, adensando o debate no nível teórico e metodológico. O mesmo interesse temático também é visível nos estudos sobre comunicação e mídia, terreno no qual as preocupações relativas à identidade, corpo, raça, na qual os estudos culturais têm aportado importantes contribuições teórico-metodológicas. Este contexto cambiante de ampliação numérica dos estudos e da visibilidade de novos sujeitos e culturas sexuais tem, por outro lado, demandado maior interlocução entre áreas próximas, exigindo intensificação do diálogo entre as ciências sociais e a comunicação social.
No intuito de promover esse debate necessário, o I Seminário Gênero, Sexualidade e Mídia: olhares plurais para o cotidiano pretende proporcionar um espaço de produção, reflexão e troca, reunindo pesquisadoras e pesquisadores de diferentes áreas de conhecimento que utilizam do aporte teórico das ciências sociais, da teoria feminista e dos estudos culturais, entre outros, para pensar o lugar das relações de gênero e dos debates sobre sexualidades nas produções culturais contemporâneas.

Mais informações:
http://www.fundepe.com/novo/midia/programacao.php

Edital - Antropologia no PPGCS (UFPA)

Já está disponível o edital para ingresso no Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais na Universidade Federal do Pará.

Mais iformações:
http://www.ppgcs.ufpa.br/

Cartaz - Numas em Setembro

30 de agosto de 2011

O herói negro em seu labirinto

Por Profa. Dra. Lilia Schwarcz no Jornal O Estado de S. Paulo

Muitas vezes a realidade acaba por se mostrar bem mais criativa do que a própria imaginação. Se são muitos os exemplos retirados da história, arrisco aqui mais um: o caso de João Cândido Felisberto. Marinheiro de formação, filho de ex-escravos, participou da Revolta da Chibata de 1910, transformando-se em líder do movimento, quando ganhou a alcunha de Almirante Negro. A história dessa insurreição popular, até hoje pouco contada entre nós, faz parte da lógica dos vários levantes que assolaram a, assim chamada, República Velha, que nasceu prometendo a igualdade, mas acabou entregando a exclusão social. Se a princípio a República foi saudada como um movimento cidadão, e de distribuição equânime de direitos – afastado de vez o fantasma da escravidão –, já o cotidiano mostrou-se muito distinto. A Reforma do Prefeito Pereira Passos transformou o Rio de Janeiro em um cartão postal do novo Brasil moderno, mas tratou de expulsar boa parte da população pobre para os arredores da cidade: os subúrbios cariocas, cada vez mais apinhados de gente e carentes de infra-estrutura ou das benesses do progresso. Exemplo de insatisfação podem ser encontrados nas palavras de uma série de intelectuais, coetâneos, como Lima Barreto ou Euclides da Cunha – descontentes com “a República que não foi”. Termômetro aquecido são as inúmeras revoltas que estouram nesse momento, anunciando críticas de toda sorte: Canudos (1897-1900) a Revolta da Armada (1902-3), a Revolta da Vacina (1904), Contestado (1912) , e finalmente a Revolta da Chibata.

O estopim do movimento era claro e guardava uma lógica simbólica das mais perversas. No dia 16 de novembro de 1910, uma série de embarcações nacionais e estrangeiras aportam na Baía da Guanabara para saudar a posse do novo presidente da República: o marechal Hermes da Fonseca. A eleição havia sido tensa, uma vez que o militar acabara derrotando o candidato mais popular, Rui Barbosa, que representava, nesse momento, o projeto civilista. Já Hermes corporificava a volta do exército ao poder, e foi logo recebido com grandes doses de desconfiança. Assim, se em parte dos navios reinava um ambiente de congratulação, em um deles – o encouraçado Minas Gerais, o maior navio de guerra brasileiroo clima era em tudo distinto. Na madrugada daquele dia, a tripulação fora obrigada a presenciar os castigos infligidos ao marinheiro Marcelino Rodrigues Menezes -- 250 chibatadas -- e seu recolhimento à prisão, sem direito a tratamento médico. Seu delito fora ferir à navalha o cabo Valdemar Rodrigues Menezes, que o acusara de levar ao navio duas garrafas de cachaça.

A chibata é punição herdada da marinha portuguesa, mas no Brasil ganhou carga das mais pesadas. Com a introdução da escravidão em todo o território nacional, tal castigo passou a fazer parte do código punitivo e das sensibilidades locais, sendo, com frequência aplicado em locais públicos, para assim servir de humilhação, execração coletiva e exemplo geral. A escravidão acabara em maio de 1888, mas a sevícia continuava impune na Marinha, e amparada pelo corpo da lei, que arrogava a ela o poder de “quebrar o mau gênio” dos rebeldes. E foi naquele dia que, reunidos em torno das beliches de seus quartos, os marinheiros do Minas Gerais, decidiram que os maus tratos iriam acabar. O marujo João Cândido tinha então 30 anos, e se tornaria o chefe de uma revolta que lhe custaria caro, mesmo passados os tempo da República Velha, do Estado Novo, do Populismo e do Regime Militar. Morreria aos 89 anos, nos idos de 1969, guardando a pecha de “sujeito perigoso”, por mais que tentasse se esconder num insignificante anonimato de carregador nas docas da Praça XV.

Na verdade, a vida de João Cândido mais parece uma saga, a lembrar da sorte de tantos brasileiros de origem humilde e, ainda mais, estigmatizados por sua cor negra. Nascido numa propriedade rural, localizada na fronteira entre Brasil e Argentina, passa a primeira infância ao lado do pai, o qual, depois de liberto, atua como tropeiro na lida com o gado. Com 14 anos recém feitos é levado para a Marinha, onde faz carreira. Boa parte de seus colegas eram negros e pobres, como ele, e acostumados à labuta pesada e regrada. A marinha era o destino da escória; considerada uma espécie de castigo para jovens indisciplinados, que ingressavam mais cedo, e por meio dela, na disciplina militar. O fato é que com 20 anos, nosso personagem já se destaca como instrutor de aprendizes marinheiros, viaja por toda a costa brasileira, assim como empreende algumas rotas internacionais. Numa delas, em missão especial na Inglaterra, assiste à montagem e entrega do Minas Gerais: um navio de manejo difícil e sofisticado; especialmente encomendado pela marinha brasileira.

Várias são as “bagagens” que traz no retorno dessas viagens. Da Amazônia importaria uma tuberculose renitente, que se manifestaria em vários momentos da sua vida. Da Inglaterra carregaria a experiência dos movimentos sociais, dos sindicatos, e a primeira consciência da luta de classes. A Marinha, a essas alturas, e depois da Revolta da Armada, havia sido relegada ao abandono absoluto e praticamente, desde a Guerra do Paraguai que terminara em 1870, pouco se investia no reaparelhamento da frota. Por outro lado, o processo de recrutamento era feito de maneira coercitiva, sendo boa parte de seus elementos analfabetos e alistados à força pela polícia.

Assim, o cenário da revolta ia se delineando. No entanto, entre a sua realidade e a projeção que se criou em torno dela o hiato é grande. O motivo imediato foi a chibata, e o objetivo único a proibição de seu uso. O lema era curto e grosso: “Abaixo a chibata”. Eventos ganham, porém, significados e proporções inesperados, dependendo do contexto em que se estabelecem. Apesar de durante a eclosão do levante terem ocorrido raros bombardeios e poucas mortes, a repercussão foi imensa. A Revolta logo virou pretexto para a repressão generalizada e, apesar da primeira promessa de anistia, o destino dos rebelados seria diverso, e a própria cidade viveria em estado de sítio.

É em torno desse episódio dramático e de seu protagonista central que se debruçam duas oportunas publicações recentes: um livro de não ficção, resultado de pesquisa criteriosa empreendida pelo jornalista Fernando Granato; e outro de ficção, escrito por Alcy Cheuiche, autor de mais de vinte novelas, boa parte de conteúdo histórico. Granato acompanha o Almirante Negro até sua morte. Já Cheuiche escolhe terminar sua narrativa no momento em que João Antônio ganha a liberdade. A opção faz com que o leitor tenha sensações distintas ao término dos dois livros: se o romance passa a impressão de uma certa redenção e a merecida liberdade; já a história pregressa mostrou-se distinta, e a obra do jornalista revela-se avessa a qualquer happy end.

João Antônio veria muitos colegas amotinados morrerem assassinados; seria preso na Ilha das Cobras e escaparia com vida de uma cela em que dezesseis companheiros seus morreram asfixiados pelo calor e pelo efeito do cloro espalhado pelo chão; permaneceria internado no Hospital de Alienados (um verdadeiro paraíso quando comparado ao inferno da prisão); para ser libertado em 1912: tuberculoso, magro e pobre. Mesmo assim, volta ao mar, primeiro como carregador nas docas e depois atuando novamente na marinha. No entanto, sempre reconhecido, perde sistematicamente os empregos que consegue. Casa-se duas vezes, e na segunda conhece novo inferno, dessa vez domiciliar: sua mulher e filha colocam fim às suas vidas ateando fogo em suas vestes.

A despeito de tantos acidentes graves de percurso, o Almirante Negro, continuaria trabalhando na Praça XV, onde levava cestos cheios de peixe para o mercado. Distante da política, resiste a tentativas de assédio, como as que empreendem participantes do movimento integralista, já nos anos 1960. É só em 1968 que presta depoimento ao Museu da Imagem e do Som, e sua história passa a ser mais conhecida. Orgulhoso, relata os tempos gloriosos da Revolta, seus anos de penúria, as mazelas domésticas e a tuberculose que insiste em o visitar de tempos em tempos. Mas não seria ela que lhe tiraria a vida, mas sim um câncer fulminante no intestino.

No começo dos anos 1970, João Bosco e Aldir Blanc, inspirados pela vida de João Cândido escrevem “O mestre sala dos mares”; música que se tornaria célebre na voz de Elis Regina. Mas o regime tratou de censurar a primeira versão da canção, que tratava de tema vetado pelas Forças Armadas. Para driblar a proibição, entraram na letra mulatas, baleias e polacas, desavisadas, mas o refrão passou impune: “Salve, o navegante negro, que tem por monumento as pedras pisadas no cais. Mas faz tanto tempo”. E foi só recentemente, em 2008, que Lula sancionou a anistia póstuma do marinheiro, após proposta feita pela então senadora Marina Silva; datada originalmente de 2002.

São muitas as personagens de nossa história que continuam esquecidas, proibidas ou mal lembradas. O Almirante Negro, que morreu no anonimato da Praça XV e negando ser quem era, tem agora sua vida romanceada e devidamente documentada. Termino como comecei. O destino de João Cândido foi tão imaginoso, que seu relato, por si só, já vale muitos romances, tantas narrativas e mais pesquisas. Estamos só começando e “nem faz tanto tempo ...”

23 de agosto de 2011

Novo número da Pontourbe está no ar

Confiram entre outras seções, a entrevista com a Profa. Guita Grin Debert. Segue apenas um trecho (para ler na íntegra clique no link acima).

Lilian de L. Torres: Parece-me que a chave para entendermos o quadro mais geral de suas escolhas temáticas e teóricas nestes últimos 25 anos - mulheres, velhice, violência, família, gênero, distribuição de justiça, políticas públicas, corporalidade - está nas mudanças que ocorreram em sua vida acadêmica entre o mestrado e o doutorado. Você cursou ambos na ciência política da USP sob a orientação daProfa. Ruth Cardoso, trabalhando, no mestrado [1974/1977], com discurso político no período populista e, no doutorado [1982/1986], com o nacionalismo no ISEB e na ESG. Antes de iniciar o doutorado, passou cerca de um ano e meio [1977/1979] na Inglaterra, em Essex. Em 1984, foi dar aulas na UNICAMP.

A experiência na Inglaterra e suas novas atividades profissionais na UNICAMP tiveram relação com suas escolhas temáticas e teóricas posteriores?

Guita Grin Debert: A ida para a Inglaterra teve importância fundamental. Já havia definido, em certa medida, o tema da pesquisa do doutorado – o ISEB [Instituto Superior de Estudos Brasileiros], a ESG [Escola Superior de Guerra] e, sobretudo, a questão do nacionalismo – que estava muito ligado ao que estudei no mestrado. O período era o mesmo, mas no mestrado a ênfase recaiu sobre o discurso político: através da análise comparativa dos discursos de posse de líderes políticos, meu interesse era entender os diferentes significados que a palavra ‘povo’ articulava naquele contexto e quais eram os espaços abertos para a participação popular, revendo aquela idéia do populismo como um grande processo de manipulação das massas[i]. Escolhi ir para Essex, na Inglaterra, porque Ernesto Laclau estava lá e queria estudar com ele. As conclusões do meu mestrado estavam muito afinadas com os trabalhos dele sobre populismo. Laclau era amigo de Ruth Cardoso e Fernando Henrique Cardoso e, antes da defesa do meu mestrado, veio para o Brasil dar uma conferência no CEBRAP. Fiquei muito entusiasmada com suas colocações. Li os textos que ele produziu e foi muito bom ter sido aceita para iniciar meu doutorado na universidade de Essex - doutorado que depois terminei na USP.

Na Inglaterra, fiquei fascinada pelo movimento feminista, que na época ainda era pouco visível no Brasil. O movimento e as teorias feministas desafiavam vários conceitos antropológicos, por exemplo, a ideia das sociedades primitivas como sociedades igualitárias. Além de trazer um novo corpo conceitual à antropologia, o feminismo introduzia uma visão crítica muito pertinente que só se desenvolveria mais tarde, em meados dos anos 1980, com Writing Culture[ii].

Quando voltei ao Brasil, em 1979, o feminismo já não era novidade por aqui. Colocava temas relevantes do ponto de vista político e também muito instigantes como desafios teóricos. Esta foi uma mudança importante, porque dirigia um novo olhar para questões que me interessava discutir e pesquisar.

Na USP, fiz o mestrado e conclui o doutorado em ciência política, mas minha ligação era com a antropologia. Foi uma contingência relacionada com o fato de Ruth Cardoso e Eunice Durham terem ido para a ciência política. Assim como eu, José Guilherme Cantor Magnani, Teresa Pires Caldeira e outros foram para lá como orientandos destes professores.

Tínhamos um grupo do qual participavam Ruth Cardoso e outras feministas. Nossa ideia era analisar diferentes aspectos do feminismo e diferentes situações relacionadas à mulher. Deste modo, fazia meu doutorado e também estava envolvida com uma pesquisa relacionada às questões da mulher e da velhice. Nesta pesquisa, o objetivo era entender o significado da velhice para mulheres com mais de 70 anos em diferentes contextos.

Quando se pensava na velhice, a referência era a experiência masculina: a passagem do mundo público, com a aposentadoria, para o mundo privado. Outro fator que revelava o drama da velhice para os homens era a perda da vida sexual ativa. Tradicionalmente, as mulheres ficavam restritas à esfera doméstica e, como mostravam os estudos, não tinham sua sexualidade realizada. Então, qual o significado da velhice para elas? Usariam um referencial masculino para falar de sua própria experiência, mesmo sendo os homens vítimas, também, de discriminação e opressão? Esta era a pergunta mais geral que orientava minhas hipóteses iniciais que, depois, se mostraram completamente erradas.

As entrevistadas não se consideravam velhas. Para elas, o que marcava a velhice era a “dependência” e consideravam-se independentes porque podiam cuidar de si mesmas. Argumentavam que os homens ficavam velhos muito depressa porque necessitavam de uma mulher para fazer o trabalho doméstico. O trabalho doméstico - que nós feministas víamos como um dos símbolos da opressão feminina – era, para essas mulheres, a garantia e a prova de sua autonomia. Muitas consideraram viver, naquela fase, o melhor período de suas vidas porque se sentiam livres. Como disse uma delas: "A época mais feliz na vida de uma mulher é quando ela tem liberdade para fazer tudo o que quiser. Esta liberdade eu tive depois de viúva. Liberdade para fazer tudo o que eu quisesse fazer, sem medo de censura". Isto tornou o estudo muito mais interessante, fazendo-nos rever nossos próprios preconceitos sobre o significado da velhice para as mulheres[iii].

Mas, precisava terminar meu doutorado. Quando o terminei, em 1986, já existia o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e quem estava à frente era Jaqueline Pitangui. Ruth Cardoso, Eunice Durham e Jose Augusto Guilhon tinham criado o CEDAC (Centro de Estudos e Documentação para a Ação Comunitária). Diferentes trabalhos de antropologia estavam sendo discutidos neste espaço: Helena Maria Sant’Ana Sampaio pesquisava o programa “Cozinha comunitária”, Célia Sakurai estudava uma associação de bairro, Esther Hamburguer trabalhava com o movimento pela autonomia de Santo Amaro, Maria Filomena Gregori investigava o SOS-Mulher. Jaqueline Pitangui estava interessada em entender o que acontecia depois que a mulher fazia uma denúncia na delegacia, como se dava a continuidade da ação judicial e contratou, via CEDAC, Danielle Ardaillon e eu para fazermos uma pesquisa que depois foi transformada no livro “Quando a vítima é mulher”, publicado em 1986[iv]. Analisamos processos judiciais envolvendo estupro, espancamento e homicídio de mulheres. Foi uma encomenda do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e o resultado foi distribuído em municípios do Brasil inteiro.

11 de agosto de 2011

Numas recomenda: Seminário Aberto do Núcleo Etnohistória





Seminário Aberto do Núcleo Etno-História
Organizado pelo Núcleo Etno-História e o departamento de Antropologia FFLCH/USP - Todas as mesas serão na sala 12.

18/08 - 10hs: Performance e a exposição do social

Grande Otelo em três tempos: uma trajetória na pista dos marcadores sociais da diferença (1917-1993)
Luis Felipe Kojima Hirano

Convenção em cena: breve reflexão sobre as convenções estética teatrais nos anos 1990 e 2000 em São Paulo
Bernardo Fonseca Machado

Jorge Amado e Edison Carneiro: os intelectuais na roda da capoeira
Maurício Acuña

Gênero e Sexualidade nas Batalhas de MC
Ricardo Indig Teperman

Debatedora: Heloisa Pontes (Unicamp)

14:30: Arte e Sociedade

Ladjane e a crítica de arte no modernismo pernambucano
Eduardo Dimitrov

Cor local e mistura: uma discussão a partir de duas telas
Tatiana Lotierzo

Do Engenho na Arte: Colecionismo e Mercado de Arte Contemporânea em Marcantônio Vilaça
Leonardo Carvalho Bertolossi

Debatedor: Sergio Miceli (USP)

19/08 – 10hs : Outras histórias; outros autores

Retrato de uma sociedade nas metáforas alimentares do “Boca do inferno”
Claude G. Papavero

Alimentação, Govermentalidade e cuidado de si: Esboço para uma crítica da razão alimentar
Gabriel Pugliese

O Dicionário das Flores e a leitura no séc. XIX
Alessandra El Far

Debatedora: Lilia Schwarcz (USP)

14hs: Pensamento social brasileiro

A luta de Paulo Freire contra o fatalismo: a educação para a ação histórica
Eduardo Dullo

Quem é o povo? A interpretação de Comício para seus leitores
Samantha Gaspar

O Rei da Vela: alegoria de uma desconstrução
Bruna Della Torre de Carvalho Lima

Roger Bastide e as representações coletivas sobre o preconceito de cor no Brasil
Maria José Campos

Debatedor: André Botelho (UFRJ)

Endereço: Av. Prof. Luciano Gualberto, 315 , Sala 12 no Prédio de Filosofia e Ciências Sociais, Cidade Universitária, Butantã, São Paulo.

1 de agosto de 2011

Numas recomenda: Colin Darch, Articles and Writings

Abaixo uma descrição do website:

Tuesday, 10 May 2011

This website now includes two categories of writings. Its main function is that of a personal repository, but from time to time I will add resources that seem to retain some historical or archival interest. The first such page (see the menu at right) is dedicated to the visit that Nelson and Winnie Mandela paid to Brazil in August 1991, when I was employed at the Centro de Estudos Afro-Asiáticos in Rio de Janeiro. It consists of some press clippings and leaflets that I collected at the time. Other materials will be added from time to time.

Thursday, 13 May 2010:

The purpose of this website is to make an archive or personal repository of my academic writings and journalism from the mid-1970s onwards freely available. These texts, in English and Portuguese, cover various African subjects, Ukrainian history [the Makhno movement, 1917-1921], Russian relations with Africa, and library and information issues [LIS or library and information science], including most recently the political economy of copyright [IP or intellectual property] and access to information [ATI, also referred to as FoI, freedom of information and RTI or right to information]. Most of the materials available here are downloadable as PDF files; one or two are in HTML format, or are available through links to other websites. If you haven't got Adobe reader available on your computer, you can get it by clicking on the Adobe logo, to the right.

Who am I? I was born and educated in England. Over the past four decades I've worked as a librarian and researcher in seven different countries in Europe, Africa and Latin America. Most of the time, I've been employed in universities and research centres - in Addis Ababa, Ethiopia (1971-1974), Dar es Salaam, Tanzania (1975-1978), Maputo, Mozambique (1979-1987), Harare, Zimbabwe (1987-1991) and Rio de Janeiro, Brazil (1991-1992). During much of this period I was also intermittently active as a radio and print journalist. I sometimes used the pseudonyms 'José Manuel das Fontes' or simply 'José Manuel' when writing about Lusophone Africa.

In 1992 I settled permanently in Cape Town, South Africa with my family and I'm now a South African citizen. I hold a postgraduate library qualification, and a doctorate in social and economic studies from the University of Bradford.

For my most recent writings, including the new book on Freedom of Information and the Developing World which I co-authored with Peter G. Underwood, please click on the "What's New" tab to the right.

At the bottom of the menu on the right is a link to MHN, or Mozambique History Net, which is a website of scanned newspaper clippings and other documentation on contemporary Mozambican history, roughly from the 1960s to the first multi-party elections in 1994. MHN is still under construction.

Thanks for visiting my website, and come back soon...

24 de julho de 2011

Disponível na web: Direitos humanos e sujeitos de direitos: breves reflexões sobre reivindicações e construções de sujeitos e normas

Atigo escrito por Bruna Angotti como trabalho final da disciplina Raça, Sexualidade e Identidade Nacional, ministrada pela professora Laura Moutinho.

http://www.ces.uc.pt/e-cadernos/pages/pt/indice.php

Numas recomenda: IGALA 7

The 7th International Gender and Language Association Conference (IGALA 7) will be held at Universidade do Vale dos Sinos (UNISINOS), São Leopoldo, Brazil, on June 20-22, 2012.

With the theme *Resignifying Gender and Sexuality in Language and Discourse*, IGALA 7 aims to bring together scholars from diverse fields of knowledge as well as geographical regions who are interested in broadening and deepening our understanding of the complex relationships among language, gender and sexuality. In so doing, we encourage new ways of signifying these concepts and their interrelationships, in the following thematic areas:

1. Gender, sexuality, body and identities
2. Gender, sexuality and health
3. Gendered performances as discourse
4. Gender and (dis)empowerment
5. Gender, class, ethnicity and age
6. Gender, sexuality and institutions
7. Gender, media and technology
8. Gender and violence


http://unisinos.br/eventos/igala/index.php/igala/IGALA7

Numas recomenda: III Seminário Nacional Gênero e Práticas culturais

O III Seminário Nacional Gênero e Práticas culturais é fruto do amadurecimento da parceria acadêmica entre a Universidade Federal da Paraíba UFPB e a Universidade Estadual da Paraíba UEPB, desde 2007, quando se organizou a primeira edição, reunindo participantes oriundos de diversos estados do Brasil. Após avaliações e rediscussões, tanto nas reuniões das comissões organizadoras, quanto em outros eventos da área Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, apresentamos esta terceira edição, esforço coletivo para conhecer e socializar a produção intelectual desse campo de conhecimento, a partir da temática central: Olhares diversos sobre a diferença.

Na sua terceira edição, o evento propõe a reflexão sobre os processos sociais que tem convertido as diferenças sociais em fontes de discriminação e desigualdades, propondo o diálogo entre diversas epistemologias contemporâneas (pós-modernas, pós-estruturalistas, feministas, teoria Queer, Estudos Culturais, Estudos Subalternos) que refletem sobre a forma como tais processos de diferenciação são construídos.

Uma segunda preocupação que orienta a realização do evento é a criação de espaços de diálogo entre os saberes da academia e movimentos sociais cujo campo de atuação é perpassado pelas questões abordadas. Trata-se de articular tais saberes para identificar como o ato de instituir o diferente como periférico, deficiente e desigual alimenta a capacidade regenerativa do sistema dominante, pela subsunção das diferenças a modelos homogeneizantes, que utilizam as diferenças como meros fragmentos, produzindo, a partir destas, sistemas de classificações, segmentações e fronteiras compactas e homogêneas. Tem-se assim um contexto que demanda a (re)invenção de estratégias políticas, capazes de subverter esses modos de vida, potencializando diferenças e singularidades e articulando espaços que desafiem limites impostos pelo sistema em prol de uma democracia que garanta a convivência e assegure direitos sem negar as diferenças.

http://www.seminariogeneroufpb.org/apresenta.php

7º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero

O Prêmio é uma iniciativa da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT), do Ministério da Educação (MEC), e da ONU Mulheres, que pretende contemplar abordagens de classe social, geração, raça, etnia e sexualidade no campo dos estudos das relações de gênero, mulheres e feminismos, além de sensibilizar a sociedade para essas questões.

http://www.igualdadedegenero.cnpq.br/igualdade.html

Inscrições Abertas: II Semana de Gênero e Sexualidade(s)

Estão abertas as inscrições para Comunicações Orais durante a II Semana de Gênero e Sexualidade(s): abortaremos o debate? organizado pelo MAPÔ - Núcleo Interdisciplinar de Estudos de Gênero, Raça e Sexualidade da Unifesp, Campus Guarulhos de Humanas. Serão aceitas inscrições de graduandos, pós-graduandos e pesquisadores de diversas áreas, versando sobre um dos cinco Eixos Temáticos escolhidos para essa edição, cujo tema privilegiado é o debate sobre o aborto e o direito sobre o corpo.

Para essa edição continuaremos contando com a contribuição de palestrantes convidados em mesas redondas e exposições individuais e mostras paralelas de filmes e outras manifestações artísticas. Aceitamos sugestões e contribuições!

Mais informações no edital do evento em http://pt.scribd.com/doc/60403370/ e ficha de inscrição em http://pt.scribd.com/doc/60098737
Acessem e divulguem!

2 de julho de 2011

Guerra dos sexos na formação nacional

Couro Imperial articula raça, gênero e sexualidade para examinar relações entre império e colônia na África do Sul


Todos os nacionalismos têm gênero, todos são inventados e todos são perigosos. É dessa maneira polêmica que Anne McClintock, intelectual nascida em Harare (Zimbábue), radicada na África do Sul - onde lutou contra o apartheid - e com várias passagens acadêmicas pela Inglaterra e EUA inicia um de seus capítulos. A intenção é mostrar, aqui e ao longo do livro, como invenção não é, nesse caso, sinônimo de falsidade, assim como investigar de que maneira povos imemoriais realizam construções vigorosas acerca do gênero, da raça, das classes ou mesmo das regiões. Nações e comunidades são imaginadas, e por isso os elementos que a constituem têm significados flutuantes: a circunstância e a relação que estabelecem entre si é que os definem.

Não por acaso o reconhecimento de uma nação repousa quase sempre sobre uma identidade masculina. Já a família e as mulheres, presas ao espaço doméstico, tomam parte das genealogias nacionais sempre a partir de uma operação de subordinação. E o mesmo ocorre com os demais grupos raciais, sobretudo os africanos. As mulheres, tratadas como ociosas e presas ao lar, seriam o lado silencioso dessa engenharia; já os negros compunham o espaço do trabalho e da barbárie.

O argumento leva a indagar, portanto, como se comportam esses elementos considerados periféricos e isolados, mas que no livro Couro Imperial ganham lugar destacado. A obra cobre um longo período temporal (da Inglaterra vitoriana ao contexto político atual), mas se utiliza de uma lente pouco usual para conduzir a narrativa. Exemplos de pessoas que vivenciaram o colonialismo, a exclusão ou a inclusão, e deixaram relatos, diários, romances, desenhos, propagandas, realizam em conjunto retrato pungente sobre as ambivalentes relações que se estabeleciam. Marcadores sociais da diferença, como raça, gênero e classe, são observados não isoladamente, mas tal qual peças de um quebra-cabeça cujo conjunto explica a operacionalidade do sistema, mas também suas ligações perigosas.

Atenta a essas janelas, a autora descreve a desmontagem do Império, tendo como guia situações consideradas degeneradas, periféricas. Usando farta iconografia, Anne vai nos guiando pelos detalhes. Na análise de uma gravura do século 16, mostra a desproporção entre o navegador (homem) que chega portando os emblemas de progresso, e a nativa (mulher), que, deitada, aguarda por sua penetração simbólica e carnal. Tomando propagandas do império britânico, a autora revela a importância dos ícones de limpeza, apresentados por meio da alvura da pele ou pelo sabão que limpa até um preto que toma banho numa tina. Por sinal, o livro pode ser lido como um desfile de fetiches que tentamos naturalizar e que a autora faz questão de desmontar. O avental branco das serviçais faz parte de uma espécie de geografia simbólica do trabalho imperial, sendo a luva o seu lado oposto: a celebração da imagem imaculada das damas inglesas, cujas mãos não poderiam apresentar qualquer traço de uso ou deterioração.

Caso emblemático é o que a autora desenvolve no capítulo O Império do Lar. É o coração da obra, que, nesse caso, lida com um estranho casal da Inglaterra vitoriana. Ele, um advogado voyer, que adorava fotografar mulheres no trabalho. Ela, uma trabalhadora das ruas e das casas, que perambulava à noite, exausta, após a labuta de um dia inteiro. Seu encontro dá lugar ao teatro improvável mas previsível entre classes. Ambos deixaram diários em que narram um caso de amor intenso e clandestino, que durou 20 anos. O que se imagina é que Arthur Munby, com seu título imperial, dominasse totalmente a relação. No entanto, na prática experimentada por ambos, que incluía jogos sadomasoquistas e rituais fetichistas, o que impera é a negociação. Se ele satisfaz seus desejos fotografando sua criada nas mais diferentes situações, Hannah Cullwick impõe igualmente suas condições: jamais deixa de trabalhar e recusa-se a contrair matrimônio, considerando a instituição do casamento a maior das prisões. Como os diários revelam uma relação ambivalente, não há como aplicar a fórmula dicotômica do dominante/ dominado; escravo/ senhor.

O importante é que a autora escapa das dualidades fáceis e da tendência feminista de tratar mulheres como vítimas passivas. Se Hannah Cullwick é vítima de sua classe, é vítima ambígua, que manipula e agencia sua condição. O exemplo concreto permite à autora enfrentar uma série de temas que vão do lugar da domesticidade aos usos da raça e do gênero no discurso de poder masculino.

O retrato é multifacetado, como múltiplo é o imperialismo desenhado nesse livro. Nessa geografia simbólica, ninguém é simplesmente herói ou bandido. Como o casal acima, e a despeito das diferenças de classe, são todos cúmplices ambíguos. Mímicos, nos termos do filósofo H. Babha, que mostra como nativos e colonizadores manipulam seus papéis e se aproveitam deles. A bibliografia utilizada pela autora parte do marxismo, passando pelo feminismo, pela psicanálise e pelas leituras críticas do pós-colonialismo, sem que nada pareça ficar em pé. A autora não permite final feliz ao mostrar como o imperialismo representou uma miríade de encontros, feitos de coerção, violência, negação, cumplicidade e agência. De um lado, o trabalho invisível, obediente e até sujo do lar; de outro, o labor eficiente, eugênico, masculino, resistente. As luvas e aventais brancos por uma parte; as botas e bengalas por outro. Entre eles um jogo de performances rituais, de reconhecimento de classe, lugar e gênero, executados diariamente por personagens de carne e osso e sensivelmente descritos por Anne McClintock.

Perpassa a obra, no entanto, um certo tom por demais feminista e militante, que torna a leitura por vezes repetitiva e anacrônica. É como se a autora cobrasse um reconhecimento de gênero em todos os momentos e lugares. Mas nesse caso o menos é mais: numa época em que ocorrem várias formas de silenciamento, Anne obriga o leitor a tomar consciência de um circo de fetiches, cada qual com seus significados. Macacos, prostitutas, leões, empresários com seus ternos, nativos desnudos, travestis... - representam, assim, não exemplos casuais dispostos num cenário, mas lugares determinados nesse espetáculo chamado imperialismo. Ou como diz Fernando Pessoa: "As nações são todas mistérios. / Cada uma é todo o mundo a sós."

Por Profa. Lilia Moritz Schwarcz no Jornal O Estado de S.Paulo

29 de junho de 2011

Coluna da Profa. Lilia Schwarcz no Jornal O Estado de S. Paulo: Ensaio polêmico sobre os escravos

Fugiu Diogo, de nação Calabar, falta de cabelo no alto da cabeça e um joelho mais grosso que outro, resultado de castigos. Fugiu Benedito, crioulo, oficial de carpina, já velho e desdentado, com cabelos brancos na cabeça. Fugiu João, de nação Angola, uns 20 anos, cego do olho esquerdo e traz cicatrizes sobre o corpo. Fugiu Catarina, de nação Congo, cozinheira, traz marcas de pegas e ganchos. Fugiu o preto José, por alcunha Caboclo, de nação Gabão, magro, feio de feições, zambo das pernas e na esquerda tem grande cicatriz que nunca sara.

Os jornais brasileiros do XIX estão repletos de anúncios como esses, que noticiam fugas de escravos. Sem distinção de sexo ou idade, tais documentos -- que de quando em quando traziam a imagem de um homem negro, carregando uma trouxa nas costas e sempre descalço (símbolo maior de sua condição escrava) – representam prova substantiva de como o cativeiro foi naturalizado no Brasil, e da maneira como a violência do sistema não assustava; ao contrário, era utilizada como forma de identificação.

E não foram apenas os anúncios de fuga que escancararam a presença escrava no país. Se neles pretendia-se descrever objetivamente o “cativo fujão”, de maneira a ajudar na recuperação; já nas inúmeras notícias de aluguel, venda, penhora ou seguro de escravos, a operação dava-se ao revés: tratava-se de exaltar as qualidades do “produto”, descrito como fiel, limpo e sem vícios; tais como comer terra, fumar tabaco, maconha, ou entregar-se à cachaça. Como se os vícios fossem da natureza, e não consequência do próprio sistema!

O fato é que nesses pequenos anúncios podem ser encontradas grandes pistas para entender como a escravidão mercantil transformou humanos em “coisas”, “bens semoventes”. E é em torno desse material que o antropólogo Gilberto Freyre se debruçou nos anos 1930. Conhecido pela originalidade de suas pesquisas, Freyre mais usou dos documentos do que os analisou com vagar. Afinal, não por acaso o intérprete introduziu o subtítulo: “tentativa de interpretação antropológica”. Esse era seu método: levantar, descrever, e transformar casos isolados em modelos ilustrativos.

E os anúncios afirmaram-se como fontes destacadas na obra do autor. A documentação lhe serviu de pista para o levantamento das diferentes procedências dos africanos e comprovação da variedade de profissões. Além do mais, o material mostrou-se apropriado para entender que se escrevia assim da maneira como se falava: “português brasileiramente”. Por fim, por meio deles era possível prever os usos do corpo escravo, de parte a parte: com as tatuagens o cativo marcava sua origem, para que ninguém a contestasse; já o senhor usava do mesmo recurso para gravar em brasa sua propriedade. Como se vê, destinos diferentes se escreviam no mesmo corpo.

Conforme mostra Alberto da Costa e Silva, em excelente prefácio para o livro O escravo nos anúncios de jornais brasileiros do século XIX, recentemente reeditado, a obra nasceu de um artigo publicado na revista “Lanterna verde” em 1934, o qual resultara, por sua vez, de uma palestra de Freyre sobre o tema. Como no pensamento do antropólogo um texto puxa outro, logo viria nova conferência – sobre deformações nos corpos dos escravos fugidos – e mais outro ensaio. O livro mesmo só sairia em 1968, sem perder, porém, seu pioneirismo.

Se os anúncios já haviam sido utilizados em obras como O abolicionismo, de Joaquim Nabuco, jamais ganharam tratamento sistemático. Talvez por isso o livro de Freyre ainda cause espanto. Nele, vemos o desfile de diferentes tipos de escravos. Aí estão as descrições de escravos altivos, com rostos belos, quase esculpidos, corpos atléticos e peles a brilhar. Já as africanas mais parecem musas de ébano, com seus penteados exóticos, panos coloridos e corpos de “Vênus”. Mas que não se esqueça do outro lado: são inúmeros os cativos descritos como gagos, mancos, queimados, desdentados, feridos e por aí vamos.

Ao final do livro, ainda temos a chance de acompanhar Freyre se exercitando com imagens: ele comenta feições, adivinha desejos, testa aspirações. Mestre nos detalhes, o antropólogo não deixava nada escapar. Cada sinal se converte em pista; cada pequeno elemento tem a capacidade de iluminar vastas estruturas.

Pena é que, mesmo diante de documento tão expressivo, Freyre insista no caráter benigno da nossa escravidão. Nos prefácios que fez à obra, tendeu a obliterar o modelo ambivalente que apresentou anteriormente, em livros como Casa Grande & Senzala ou Sobrados & Mucambos, quando o “&” mostrava como a realidade era mesmo ambivalente e avessa a verdades certeiras. Se no âmbito doméstico a escravidão nos legou a mestiçagem biológica e cultural, já como sistema -- que previa a posse de um homem por outro --, não há como imaginar modelo mais violento. Aí estão os anúncios que não permitem cegueira fácil ou esquecimento seletivo.

27 de junho de 2011

Numas Recomenda: Qualificação

EXAME DE QUALIFICAÇÃO DE MESTRADO

Na rua, na praça, na boate: uma etnografia do circuito GLS e dos momentos de sociabilidade pública de Belém-PA.

DISCENTE: Mílton Ribeiro da Silva Filho.

Banca Examinadora:

Profa. Dra. Carmem Izabel Rodrigues – IFCH/PPGCS (Orientadora)

Profa. Dra. Diana Antonaz – IFCH/PPGCS (Examinadora)

Profa. Dra. Mônica Prates Conrado – IFCH/PPGCS (Examinadora)

Prof. Ph.D. Samuel P. L. Veissière – University College of the North/Canadá (Examinador)

Data: 29/06/2010 às 14h.

Local: Sala de Audiovisual do Laboratório de Antropologia.


17 de junho de 2011

Numas Recomenda: Sessão Temática


Maiores informações sobre o evento - programação e inscrições - no site: http://www.mp.ba.gov.br/eventos/2011/junho/dia_20/dia_20.html

Artigo: A sentença de morte que transformou minha vida

A sentença de morte que transformou minha vida
Portar HIV já significou ter hora marcada para morrer, mas essa agenda mudou 13 de junho de 2011


Mark Trautwein, do The New York Times - O Estado de S.Paulo

Não morri com hora marcada.

Muitas pessoas não acreditam que a morte tenha uma data, ao menos uma que seja conhecida. Mas se você foi infectado com o vírus da aids no início da epidemia, pensou diferentemente. Aos 61 anos, vivi metade da vida com aids, minha companheira constante e prima distante, inseparável identidade que não permito me definir, fato cotidiano e situação especial que mudou minha vida sob todos os aspectos.

Embora não houvesse na época testes para detectar a doença, creio que a contraí em 1982. Hoje é difícil imaginar a liberação sexual que tomou conta dos gays naquele tempo. Era o fim da opressão. Tínhamos liberdade e afirmávamos isso com sexo.

Mas, depois de um encontro com um famoso ator que ocultava sua homossexualidade, um enorme hematoma apareceu no meu braço. Em seguida, fui hospitalizado com um problema sanguíneo sem explicação aparente. Os médicos aturdidos pensaram muito sobre o caso, perguntaram se eu tinha bebido gim com tônica. Disse-lhes que era a bebida do meu pai. Sem tantos absurdos, o problema também vinha ocorrendo com gays em Nova York. O termo "praga gay" estava no ar, mas ninguém sabia o que era nem como a pessoa era infectada. A aids parecia muito aleatória, aniquilando estranhos e conhecidos; mas, você sempre se dizia que a doença estava distante. Então, de repente, ela já não estava mais distante de mim, absolutamente.

Deixei o hospital certo de que tinha contraído o vírus. [...]

link para artigo completo

2 de junho de 2011

Inscrições abertas: II Seminário Enlaçando Sexualidades

Inscrições abertas para o II Seminário Enlaçando Sexualidades

SES 2011.jpg

De 04 a 06 de setembro de 2011, no Centro de Convenções da Bahia, o Núcleo de Estudos de Gênero e Sexualidades Diadorim/UNEB em conjunto com o Doutorado Multi-institucional e Multidisciplinar em Difusão do Conhecimento e o Programa de Pós Graduação em Crítica Cultural (UNEB) realizam o II Seminário Enlaçando Sexualidades.

Neste ano, os eixos temáticos giram em torno das áreas de Direito, Relações Etnorraciais, Educação, Trabalho, Reprodução, Diversidade Sexual, Comunicação e Cultura.

O Enlaçando Sexualidades está com as inscrições abertas e busca reunir pesquisador@s, professor@s, estudantes universitári@s, integrantes dos movimentos sociais, que discutam sobre a(s) sexualidade(s) transversalizando-a com as diferentes áreas do saber.

Para mais informações, acesse o site www.ses2011.uneb.br!

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II SEMINÁRIO ENLAÇANDO SEXUALIDADES
Direito, Relações Etnorraciais, Educação, Trabalho, Reprodução, Diversidade Sexual, Comunicação e Cultura
4 a 6 de Setembro de 2011


Chamada para publicação de artigos

INVITACIÓN A PRESENTAR ARTÍCULOS / CALL FOR PAPERS
ÍCONOS es la revista especializada en ciencias sociales de la Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales Sede Ecuador. Fue fundada en 1997 y su objetivo es estimular un tipo de reflexión que vincule las inquietudes académicas de las ciencias sociales con problemas de la realidad social. La revista está dirigida a la comunidad científica y a quienes se interesen por conocer, ampliar y profundizar, desde perspectivas académicas, temas de debate social, político, cultural y económico del país, la región andina y América Latina en general. Íconos se publica tres veces al año en los meses de enero, mayo y septiembre.
Dossier: Antropología visual en Latinoamérica
Coordinación: Xavier Andrade y Gabriela Zamorano
Entrega de artículos hasta: 12 de agosto de 2011
Publicación: enero 2012
Envío de artículos: revistaiconos@flacso.org.ec
Pese a ser una subdisciplina de larga data, la Antropología Visual es un campo emergente en la región. Programas de formación de postgrado han surgido en Ecuador, Brasil, Chile y Perú en los años más recientes, y en otros lugares, como México, Argentina y Colombia -pese a una larga tradición de producción documental en fotografía y cine, incluyendo cine etnográfico- las discusiones sobre visualidad ocupan un espectro más amplio, a veces subsumidos en discusiones multidisciplinarias. El propósito de este primer dossier sobre la materia en la región es brindar un estado de la discusión sobre las prácticas académicas dirigidas a la constitución de un campo de debate como tal, el diálogo y el conflicto entre la producción textual y audiovisual, los problemas pedagógicos en la enseñanza de la etnografía visual y el avance en agendas relacionadas con la representación de el Otro. En resumen, se busca identificar exploraciones teóricas o metodológicas para el análisis y producción de visualidades en la región desde la antropología. Adicionalmente, interesa el territorio de diálogo en construcción entre la antropología y el arte contemporáneo.

El dossier se propone como una oportunidad para repensar:
1. La posición de la antropología dentro del debate más amplio de estudios de la visualidad.
2. El diálogo y las tensiones entre la producción de textos de investigación y productos audiovisuales informados por “la mirada etnográfica”.
3. Relación entre cine, documental, documental etnográfico, memoria y antropología.
Los artículos deberán ajustarse a la Política Editorial y a las Normas de Publicación (disponibles enwww.flacso.org.ec/html/iconos.html). Para la selección de artículos se utiliza un sistema de evaluación por lectores pares (peer review).
Idiomas: se receptarán propuestas en español, inglés o portugués.
Antes de esa fecha, se pueden contactar con la revista para aclarar dudas y perfilar propuestas.